Ovário
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Ovário
O ovário é recoberto por um epitélio simples que varia de pavimentoso a cúbico baixo, sustentado por uma camada de tecido conjuntivo, a túnica albugínea. O ovário tem um córtex e uma medula. O córtex abriga os folículos ovarianos; a medula apresenta vasos sanguíneos (artéria e veia ovarianas), nervos e vasos linfáticos, todos imersos em tecido conjuntivo frouxo.
O ciclo ovariano consiste em três fases: ( 1) fase folicular (representada pelo desenvolvimento de um folículo primordial em um folículo maduro ou de De Graaf); (2) fase ovulatória (ruptura do folículo de De Graaf, término da meiose I [resultando na formação do primeiro corpúsculo polar], e liberação do agora ovócito secundário pelo ovário); e (3) fase luteínica (transformação das camadas residuais de células foliculares e da teca interna em um corpo lúteo vascularizado e secretor de hormônios esteroides).
A fase folicular (ou foliculogênese) resulta na seguinte sequência:
1. Folículo primordial (ovócito primário envolvido por uma camada única de células epiteliais foliculares pavimentosas, sustentadas por uma membrana basal).
2. Folículo primário. Existem dois subestágios: folículo primário unilaminar (ovócito primário, o qual inicia a produção de glicoproteínas da zona pelúcida, envolvido por uma camada única de células foliculares cúbicas) e folículo primário multilaminar (ovócito primário envolvido por várias camadas de células foliculares cúbicas, as células granulosas, que constituem a camada granulosa).
3. Folículo secundário (ovócito primário separado da camada granulosa, com várias camadas de células foliculares, pela zona pelúcida). Prolongamentos celulares das células foliculares adjacentes à zona pelúcida (a futura coroa radiada) penetram na zona pelúcida, a qual se espessa progressivamente, e estabelecem contato com a membrana plasmática do ovócito primário. Junções comunicantes estão presentes nos pontos de contato e entre células foliculares adjacentes. Além disso, espaços contendo líquido (líquido folicular; os espaços também são chamados de corpúsculos de Call-Exner) aparecem entre as várias camadas de células foliculares da camada granulosa. Estes espaços coalescerão para formar o antro folicular em maturação.
As células do estrema que circundam o folículo em desenvolvimento se diferenciam em duas camadas: a teca interna, altamente vascularizada (que produz androstenediona, que é transferida para as células foliculares através da membrana basal, de modo que estas possam produzir estrógenos), e a teca externa, um tecido conjuntivo contínuo com o estroma ovariano.
4. Folículo maduro (também chamado de folículo de De Graaf), que apresenta um ovócito primário envolvido pela zona pelúcida. As células foliculares se tornam deslocadas pelo líquido no antro folicular e se separam em duas regiões distintas: a coroa radiada, representada por células foliculares que circundam e estão ancoradas à zona pelúcida; e o cúmulo oóforo, um aglomerado de células foliculares que liga o complexo ovócito primário – zona pelúcida – a coroa radiada à parede do folículo. O cúmulo oóforo evita que o complexo celular flutue no líquido do antro folicular. Entretanto, em um último estágio que precede a ovulação, o cúmulo oóforo irá interromper sua relação com o complexo celular para facilitar o processo de ovulação.
Bibliografia consultada
KIERSZENBAUM, ABRAHAM L. Histologia e Biologia Celular – Uma introdução à patologia. Editora Elsevier, Rio de Janeiro, 2ª ed, 2008