Fecundação

O processo de fecundação é aquele que dará origem ao zigoto. Para que ele ocorra é necessário que uma série de etapas ocorra consecutivamente e em determinada ordem, onde após o encontro dos gametas ocorra a passagem do espermatozóide pelos envoltórios ovulares, a fusão das membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozóide e o desencadeamento do bloqueio à poliespermia, seguido da ativação metabólica e formação do zigoto.

O encontro dos gametas é imprescindível para o início do processo de fecundação. Para que ele ocorra, é importante que os gametas masculinos sejam viáveis e consigam se locomover normalmente até o ovócito. Os espermatozoides são capazes de reconhecer o caminho até o ovócito através da quimiotaxia, ou seja, eles são atraídos quimicamente pelos gametas femininos. Essas substâncias são liberadas no líquido folicular, que é secretado do ovário juntamente com o gameta feminino e pelo próprio gameta.

A fecundação se dá na ampola da tuba uterina e leva cerca de 24 horas. Ela se inicia com a passagem pelas camadas que envolvem o ovócito, primeiramente com a dispersão das células foliculares da corona radiata (o movimento da cauda do espermatozoide é de extrema importância nesse processo). Quando o espermatozoide alcança a zona pelúcida, ocorre o reconhecimento espécie-específico, onde proteínas da zona pelúcia, mais especificamente a ZP3 se ligam ao receptor na membrana plasmática do espermatozoide, reconhecendo-o e permitindo que o processo continue. É desencadeada, então, a reação acrossômica, onde o conteúdo da vesícula acrossômica é liberado por exocitose. Essas enzimas permitem a penetração da zona pelúcida, fase extremamente importante no processo de fecundação, pois logo que o primeiro espermatozoide consegue penetrar a zona pelúcida ocorre a reação zonal, que impede que outros espermatozoides também a penetrem. As membranas dos dois gametas, então, se fundem. A cabeça e a cauda do espermatozóide, assim como seu núcleo, conteúdo citoplasmático e centríolos entram no ovócito II, deixando a membrana plasmática para fora. Esse processo estimula o término da meiose II do ovócito, formando o ovócito maduro e o segundo corpo polar. Os cromossomos maternos se descondensam e o que era o núcleo do ovócito se torna o pronúcleo feminino, ao mesmo tempo em que no citoplasma do ovócito o núcleo do espermatozóide aumenta, formando o pronúcleo masculino e sua cauda se degenera. Finalmente os pronúcleos se fundem, formando um zigoto com um só núcleo diploide. O zigoto, então, se prepara para o início das clivagens.

Bibliografia consultada:

BRESSAN, C. M. DIAS, P. F. Embriologia. 1ª edição. Biologia/EaD/UFSC. 2009.